A hepatectomia é a cirurgia realizada para remoção total ou parcial do fígado. Está indicada, principalmente, no tratamento de tumores hepáticos primários (como o carcinoma hepatocelular), metástases hepáticas e, em alguns casos, cálculos biliares intra-hepáticos.
Os tumores hepáticos podem ser benignos ou malignos. Exames de imagem, como a ultrassonografia abdominal, podem sugerir o diagnóstico. No entanto, em muitos casos, são necessários exames complementares, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, que permitem identificar as características dos nódulos (únicos ou múltiplos, sólidos ou císticos) e sua localização, contribuindo para a definição do tratamento.
Achados incidentes em exames de rotina, em pacientes sem história prévia de doença hepática, geralmente correspondem a lesões benignas, como cistos simples, hemangiomas e hiperplasia nodular focal. Já em pacientes com doenças crônicas do fígado, a presença de um nódulo hepático levanta suspeita para carcinoma hepatocelular. Em pacientes com história de neoplasias, qualquer nódulo hepático deve ser investigado como possível metástase.
A hepatectomia pode ser parcial ou total. A forma parcial, indicada em casos selecionados, consiste na retirada de parte do fígado que contém o tumor. A total está geralmente associada ao transplante hepático.
A ressecção parcial só é possível se o paciente estiver em bom estado clínico e se houver volume hepático remanescente suficiente para garantir o funcionamento adequado do órgão. De acordo com a International Hepato-Pancreato-Biliary Association (IHPBA), a hepatectomia pode ser classificada em:
• Nodulectomia: retirada apenas do nódulo.
• Segmentectomia: remoção de um ou mais segmentos hepáticos.
• Hepatectomia direita ou esquerda: ressecção de um dos lobos hepáticos.
Em casos específicos, antes da cirurgia, pode ser necessária a embolização da veia porta para induzir crescimento compensatório do fígado remanescente.
A cirurgia pode ser feita por via aberta (convencional) ou videolaparoscópica, sendo esta última associada a menor tempo de recuperação e menos complicações.
A hepatectomia é um procedimento de alta complexidade, com risco aumentado de sangramento, já que o fígado é um órgão muito vascularizado. As complicações mais comuns incluem: hemorragia, infecção, trombose e pneumonia. O acompanhamento pós-operatório cuidadoso é essencial para a recuperação adequada.