Balão Intragástrico: Tratamento Seguro
e Eficaz para Controle da Obesidade

O balão intragástrico é um tratamento endoscópico minimamente invasivo indicado para pacientes com obesidade (IMC ≥ 30 kg/m²) ou sobrepeso associado a comorbidades (IMC ≥ 27 kg/m²). O procedimento consiste na colocação de um dispositivo de silicone no estômago, que permanece por período determinado, auxiliando na redução da capacidade gástrica e promovendo saciedade precoce.

Segurança do Procedimento

A colocação do balão intragástrico é realizada sob sedação profunda ou anestesia geral, administrada por anestesista especializado, em ambiente hospitalar com monitoramento contínuo. O procedimento é considerado seguro, com baixo risco de complicações, graças à técnica endoscópica que não requer incisões cirúrgicas.

Tipos de Balão Intragástrico:

1. Balão Regular (Não Ajustável)
Disponível em versões de 6 ou 12 meses de permanência. O de 6 meses é fabricado em silicone médico padrão, enquanto o de 12 meses utiliza material reforçado para maior durabilidade. Ambos têm volume fixo entre 500-700 mL após inserção.

2. Balão Ajustável (Spatz)
Permanece por 12 meses e permite ajustes de volume conforme necessidade do paciente. Essa característica reduz a taxa de remoção precoce por intolerância e pode ser particularmente útil em casos de superobesidade ou para pacientes que já utilizaram balão anteriormente.

Comparativo Entre os Balões Intragástricos:
Ajustável versus Regular

O balão intragástrico ajustável e o regular compartilham o mesmo objetivo principal: promover saciedade
gástrica e auxiliar no processo de emagrecimento quando utilizados como parte de um protocolo de tratamento multidisciplinar adequado. Ambos os modelos demonstraram eficácia comparável em termos de perda de peso, embora o balão ajustável permite reajustes de volume após os primeiros três meses de tratamento, o que pode potencializar os resultados na fase mais avançada do processo.

A duração do tratamento é um fator relevante na escolha do dispositivo. Balões com permanência mais prolongada, especialmente os de 12 meses, oferecem vantagens significativas ao proporcionar maior tempo para consolidação da reeducação alimentar. É importante destacar que o período de maior eficácia para perda de peso ocorre tipicamente nos três a quatro meses iniciais, independentemente do tipo de balão utilizado, sendo mais desafiador obter reduções adicionais após os seis meses de tratamento.

A principal diferença entre os modelos reside na capacidade de ajuste. Enquanto o balão regular mantém volume fixo desde a implantação até a remoção, o modelo ajustável permite modificações no volume conforme as necessidades individuais do paciente. Esta flexibilidade reduz consideravelmente as taxas de remoção precoce - cerca de 3% para o balão regular contra praticamente zero para o ajustável quando são realizados reajustes de volume. Quanto às indicações específicas, o balão ajustável mostra-se particularmente vantajoso para pacientes com superobesidade ou aqueles em segunda aplicação do dispositivo. No entanto, é fundamental considerar que esta versão apresenta custo mais elevado em comparação com o modelo regular. Ambos os tipos podem causar desconforto gastrointestinal nos primeiros dias pós-implantação, sendo essencial o acompanhamento médico durante todo o período de tratamento.

Eficácia do Tratamento

A média de perda de peso com o balão intragástrico é de aproximadamente 20% do peso corporal inicial. Os melhores resultados são alcançados quando o procedimento é associado a acompanhamento nutricional especializado e modificação do estilo de vida.

Indicações para o Tratamento com Balão Gástrico

O balão intragástrico está indicado para diversos perfis de pacientes, conforme os seguintes critérios:

1. Casos Estéticos e de Sobrepeso
Pacientes com IMC entre 25 e 35 kg/m² que desejam tratamento para fins estéticos.

2. Obesidade Grau I e II
Indivíduos com IMC acima de 35 kg/m² que apresentam contraindicações para cirurgia bariátrica.
Pacientes que optam por tratamento não cirúrgico.

3. Obesidade com Comorbidades
Casos onde a obesidade está associada a doenças secundárias como:

▪ Diabetes mellitus
▪ Hipertensão arterial
▪ Apneia do sono
▪ Dislipidemia

Falha em Tratamentos Convencionais
Pacientes refratários a tratamentos clínicos habituais para perda de peso.
Indivíduos com contraindicação ao uso de medicamentos para emagrecimento.

5. Preparo para Cirurgia Bariátrica
Pacientes com obesidade extrema (IMC > 50 kg/m²) como etapa preparatória.
Redução de risco cirúrgico em casos complexos.

6. Redução de Riscos em Procedimentos
Diminuição do risco anestésico para diversas cirurgias:
▪ Cirurgias ortopédicas
▪ Procedimentos cardiovasculares
▪ Cirurgias gerais

7. Distúrbios Metabólicos
Pacientes com condições que afetam o metabolismo:
▪ Hipotireoidismo descompensado
▪ Síndrome metabólica
▪ Resistência insulínica

8. Problemas de Fertilidade
Casos de infertilidade onde a obesidade é fator determinante.

9. Obesidade Infantil
Crianças e adolescentes com obesidade grave.

Constraindicações Relativas:

Algumas situações exigem avaliação cuidadosa antes da indicação do balão gástrico:

1. Problemas de Saúde Mental
Dependência ativa de álcool ou drogas

2. Doenças Gastrointestinais
▪ Úlcera gástrica ou duodenal ativa
▪ Doença inflamatória intestinal em atividade (Crohn, RCUI)
▪ Hérnia hiatal significativa

3. Condições Clínicas Específicas
▪ Pacientes idosos com múltiplas comorbidades
▪ Portadores de HIV

Constraindicações Absolutas

Casos onde o balão gástrico não deve ser utilizado em nenhuma circunstância:

1. Doenças Hepáticas e Renais Graves
▪ Cirrose hepática
▪ Insuficiência renal crônica em diálise

2. Gestação
▪ Mulheres grávidas ou em período de amamentação

3. Imunossupressão Grave
▪ Pacientes com SIDA (AIDS) em estágio avançado

4. Histórico Cirúrgico Gástrico
Cirurgias gástricas prévias incluindo:

▪ Hérnia hiatal corrigida
▪ Válvulas anti-refluxo
▪ Gastroplastias redutoras
▪ Qualquer outra intervenção cirúrgica prévia no estômago

Observação Importante

Cada caso deve ser avaliado individualmente pelo médico especialista, considerando a relação risco-benefício para o paciente. As contraindicações relativas podem ser reconsideradas após tratamento adequado da condição de base.

Orientações para o Procedimento de Balão Intragástrico

Pré-Procedimento:
Antes da colocação do balão intragástrico, é importante seguir algumas recomendações para garantir o sucesso do tratamento. Recomenda-se manter uma dieta mais líquida por dois dias antes do procedimento, com o objetivo de promover uma boa hidratação e reduzir os possíveis efeitos nauseosos no pós-operatório. É fundamental observar jejum completo de 6 a 8 horas antes do procedimento, incluindo água e medicamentos. Todos os pacientes devem ler atentamente o Termo de Consentimento Informado, o Teste Avaliativo de Adesão de Tratamento e o Contrato que foram previamente entregues. No dia do procedimento, sugere-se vestir roupas confortáveis e comparecer acompanhado por um adulto responsável, sendo importante lembrar que não será permitido dirigir após o procedimento. É essencial informar ao Dr. Marcio Muller e à equipe de enfermagem sobre qualquer reação alérgica conhecida. Todos os documentos necessários, incluindo dieta, receitas médicas e informativos, serão entregues após o procedimento. Recomenda-se agendar a consulta com o nutricionista para a terceira semana após a colocação do balão. Pacientes do sexo feminino devem informar sobre qualquer possibilidade de gravidez. Em caso de impossibilidade de comparecimento, solicita-se aviso prévio via WhatsApp. Chegar com 30 minutos de antecedência ao horário agendado é fundamental para os preparativos finais.

Pós-Procedimento:
Após a colocação do balão, é crucial seguir rigorosamente todas as orientações fornecidas pelo Dr. Marcio Muller. O acompanhamento nutricional especializado deve ser mantido conforme prescrito, com atenção especial à dieta do primeiro mês, que foi cuidadosamente planejada para facilitar a adaptação ao dispositivo gástrico. Todos os medicamentos prescritos devem ser adquiridos e administrados conforme as instruções médicas, preferencialmente na forma original prescrita, evitando substituições por similares ou genéricos. Recomenda-se reservar pelo menos três dias de repouso domiciliar, período em que os sintomas adaptativos são mais intensos e podem limitar as atividades sociais. Os pacientes devem estar atentos aos informativos pós-procedimento e ao laudo médico que será enviado via WhatsApp. É importante evitar completamente o consumo de líquidos gasosos e reduzir ao máximo a ingestão de açúcar, pois podem comprometer os resultados do tratamento. O uso de anti-inflamatórios deve ser evitado durante todo o período de permanência do balão. Caso seja necessária a realização de outro procedimento cirúrgico, recomenda-se jejum de 12 horas prévias e dieta líquida nas 24 horas anteriores. As atividades físicas podem ser retomadas após uma semana, com progressão gradual da intensidade. Sugere-se focar em exercícios aeróbicos (70% da rotina) nos primeiros três meses, invertendo posteriormente para maior proporção de musculação (30% inicial aumentando para 70%). Para alívio das náuseas na primeira semana, recomenda-se o consumo de gelo ou picolés de frutas cítricas.

O Dr. Marcio Muller está disponível para esclarecer dúvidas através de contato telefônico ou mensagens (SMS, Messenger ou WhatsApp). É obrigatória a comunicação no último mês de tratamento para agendamento da retirada do balão, sendo que a permanência além do prazo autorizado pode acarretar riscos e custos adicionais. Pacientes estão liberados para realizar tratamentos estéticos complementares como carboxiterapia, drenagem linfática e criolipólise, sempre com orientação profissional. O sucesso do tratamento depende fundamentalmente do comprometimento do paciente com todas as orientações fornecidas.